Ordoviciano
Este período teve duração de 42 M.a, iniciando-se há 485 M.a e terminando há 443 M.a, com uma extinção em massa. Durante este intervalo deu-se a formação da camada de ozono e prosperou a vida fora do oceano com o aparecimento do musgo, a primeira planta terrestre. Deu-se a separação da Avalónia do Gondwana e a abertura dos oceanos Paleo-tethys e Rheic.
A origem do seu nome provém de uma antiga tribo celta que habitou o Oeste do País de Gales, onde parte dos estratos deste período foram encontrados.
Paleogeografia e principais marcos
Inicialmente, fora do oceano existiam apenas alguns fragmentos de alga, uma vez que a vida fora deste era impossível de manter devido às radiações nocivas. No entanto, na atmosfera estas radiações começaram a transformar o O2 em O3 que, ao fim de 120 M.a, levou à formação da camada de ozono. Esta passou a impedir a radiação mortal de penetrar o planeta prosperando assim a vida fora do oceano com o aparecimento do musgo, que foi a primeira planta terrestre.
A Avalónia separou-se do Gondwana, começando a formar-se o oceano Rheic e o oceano Jápeto começa a estreitar. O Gondwana deslocou-se subtilmente para Sul do hemisfério Sul e, parte deste, encontrava-se submerso. Deu-se a abertura do oceano Paleo-tethys entre o supercontinente Gondwana e as massas mais pequenas, sibéria e báltica.

O clima terá sido de temperaturas quentes e húmido, mas quando o Gondwana se instalou no polo Sul, formaram-se grandes glaciares que fizeram o nível médio da água do mar diminuir. Alguns habitats foram assim perdidos provocando uma extinção em massa, em que cerca de 60% dos seres marinhos invertebrados foram extintos.
Paleontologia
Ectillaenus
É um género de trilobites (classe de artrópodes marinhas com exosqueleto rígido) carnívoras que existiu apenas durante o Ordovício, sendo por isso considerado um fóssil de idade deste período.
Estes seres são caracterizados por adoptar um estilo de vida endobionte, ou seja, por passar a maior parte do seu tempo enterrado em sedimentos macios.


Lingula
É um género de branquiópode (filo de reino Animalia constituído por animais solitários, exclusivamente marinhos) inarticulado de concha fosfatada, cuja existência se iniciou no Ordoviaciano e se mantém atualmente.
Esta espécie alimenta-se por filtração e o seu registo fóssil mostra que nos últimos 500 M.a não sofreu evolução.
Orthis
É também uma espécie de branquiópodes que se tornou muito diversificada durante o Ordovício, o único período em que viveu (fóssil de idade)
Alimentavam-se através da abertura de tentáculos que possuem em torno da boca, permitindo a entrada e saída de água.

Stromatoporoidea
É uma classe pertencente à filo Porífera, constituindo um ramo de esponjas do mar bastante calcificadas. Estes seres invertebrados, que estão agrupados no reino Animalia, foram um importante fator para o desenvolvimento e formação de recifes de corais (fósseis vivos) durante o Paleozóico e extinguiram-se no Cretácico. Possuem estrutura, designadas galerias que capturavam alimento e obtiam água com oxigénio, que as permitia respirar.

Tabulata
São uma forma de corais extinta que viveu entre o Ordoviciano e o Permiano. Eram organismos simples que viviam em colónias de células hexagonais individuais conhecidas como coralitas e possuíam um esqueleto cálcico. Habitavam preferencialmente águas rasas e variavam consideravelmente quanto à forma, que podia ser plana, cónica ou esférica.

Orthoceras
Género pertencente à filo Mollusca. A sua principal característica é o formato cónico de concha reta. Para além das conchas, que se encontram fossilizadas, as suas partes moles especula-se que seriam semelhantes às das lulas. Possuiam grandes olhos e tentáculos à volta da boca (que funcionavam como jatos dando-lhes impulso para se movimentarem mais depressa e auxiliavam a captura de presas para alimentação, como peixes e inclusivamente trilobites). Estes seres viveram entre o Ordoviciano e o Triásico.

Exemplos de rochas
Podemos encontrar rochas deste período na Serra do Marão (na região de transição do Douro Litoral para Trás os Montes e Alto Douro), sendo estas sedimentares e metamórficas.
Na ilha sul da Nova Zelândia, na zona oeste, podemos também encontrar um afloramento disperso de rochas sedimentares compostas por quartzo e argilito que se depositaram há cerca de 490 M.a. Alguns destes sedimentos foram metamorfizados em gnaisse e rochas semelhantes são encontradas na Antártica e este da Austrália.

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